sábado, fevereiro 04, 2006

Queixume

Quero é festança, muita alegria e fartança. Quero é ganhar. Muito dinheiro amealhar. Inda se tivesse uma ideia, daquelas que são minas, podia ir às meninas, sem nunca me preocupar. Mas no estado em que as coisas estão, ninguém me passa cartão (e as ideias, já as tiveram os outros). Ainda há autores prolixos, desses que vendem tudo, até a mãe, que tratam com desdém. É um vê-los publicar, volumes e tomos sem parar. Vendem tudo, os maganos, são piores que ciganos. E sabem vender, e sabem fazer muitos amigos, pra entreter. O pior, contudo, é quando tiram, d'um canudo, ideias já prontinhas, bonitas e fresquinhas, mais ou menos originais ou tiradas dos manuais. Meteoritos culturais, vendem bem, livros ou jornais. Esses, e outros que tais, vivem muito além e é demais.
A mim é que não me calha a sorte, mesmo trocando o passaporte. É sempre um tal penar, escrevendo sem parar... E vivo pobre, sem um tostão pra gastar!

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