domingo, janeiro 29, 2006

sábado, janeiro 28, 2006

Nona Entrada

Ser íntimo da vontade não é coisa pouca. Que, nem sempre se faz o que se quer, porque a calma não chega no rebuliço turbilhoso dest'estar e a vontade, coitadinha, soçobra, zarpando para outras paragens, deixando-nos na margem. Da indecisão.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

quarta-feira, janeiro 25, 2006

O Cárcere

De mim próprio prisioneiro, nos dias contados em horas de desespero.
Desânimo, amigo meu, tristeza sempre à'spreita qu'alegria pouco dura em terra de pouca fartura.

terça-feira, janeiro 24, 2006

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Oitava Entrada

Não fora esta languiscência e o mundo espraiar-se-ia em mil cintilações, fulgurantes verdades vividas. Vívidas sensações d'estética infinita.
Porém, quem diz que é possível sair incólume do casulo, protector é certo, mas que embaça a vera visão das coisas. Com sua membrana elástica, resiste a todas as investidas, não se sabendo sequer se, alguma vez, poderá ser rompido.

sábado, janeiro 21, 2006

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Séptima Entrada

Se fosse só um, o alento, e já bastaria um pouco de carne e de pão; qu'esta driva constante e perpétua, à procura de quê?

quinta-feira, janeiro 19, 2006

quarta-feira, janeiro 18, 2006

3 notas

Todos quantos souberem, façam o favor de responder:
Qual o sintagma da felicidade?

-----

Observação:
É difícil escrever com vírgulas flutuantes.

-----

Sofrendo o tormento do fragmento.

terça-feira, janeiro 17, 2006

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Ai, ai, meu menino

Tomatenção menino João, rapaz demonhado, estuda pra ser doutor. Não fiques praí um desgraçado. Abre a pestana, apruma a cerviz, é teu amigo quem to diz.

Cuidado c'oas más companhias e mulheres, nem vê-las, que são a perdição dum bom cristão. Mais tarde, na vida, encontrarás tu noiva. Moça escorreita e casadoira, um esmero, trabalhadoira.

Porfia, João, porfia no bem, são os conselhos de quem te quer bem.

domingo, janeiro 15, 2006

sábado, janeiro 14, 2006

Sexta Entrada

Uma existência amena e prazentosa, feita do puro megulhar, sem apneias, nas coisas belas da vida. Nem apertos, nem angústias. Parece tal, supremo luxo, indigno desígnio de quem nasceu em meio de gente chã.
Bem cuidam os sábios em aconselhar o mais completo desapego aos negócios do mundo, pois nós também tecemos nossas amarras. E é certo e sabido que, quando soçobramos ao contágio do anelo pelo que brilha adiante da vista, não lobrigamos que tudo o que é desejado traz, por apenso, uma canga de subjugação.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Quinta Entrada

E esta dolência não é natural. Que tanta languidez não devia ser o estado puro de varão em quem todas as expectações foram depositadas. Ou, talvez por isso, com índole tão aziaga em cumprir-se na vontade dos demais, se opte por vida que, por derriçosa, se espraia pelas vias ínvias das neblinas de um querer opaco a si próprio.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

terça-feira, janeiro 10, 2006

Quarta Entrada

De qualquer forma, dir-vos-emos, sem mais rebuços que não é suave este propalado entretecer de fonemas e morfemas. Antes precipitado d'angústias pululantes que, infames, s'acoitam nos recovos da alma. É caso para dizer que o texto segue o contexto desta vida hodierna que s'espreme num regabofe d'invenções de nóveis formas de escravatura ou, mais benignamente, em apoquentar o espírito com laços de dependências tantas. Que são, ademais, tontas e daninhas como toda asubjugação.
Ah, se andássemos, neste nosso minúsculo torrão, menos esquisofrenéticos...

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Vejam

Terceira Entrada

Responda, quem souber: qual o sintagma da felicidade?
Agradecendo antecipadamente a solicitude da resposta, somos a avisar que não se busca simples e linear quesito para tão intrincada interrogação. Que fómulas temos já, mais do que a conta, não faltando, ainda, almas caridosas que se não fazem rogadas em impingir os seus modelos mundivivenciais, reluzentes e arrumadinhos. Não contrariamos a evidência do aprumo, da aparente completude de tais propostas. Aliás, é isso que provoca a mais angustiosa perplexidade: se escolher é, pela negativa, rejeitar o supérfluo, como compatibilizar as plúrimas possibilidades que a existência oferece, de modo a evitar o tormento, a pretérito, da cogitação do que poderia ter sido?

domingo, janeiro 08, 2006

Segunda Entrada

Vejamos se a bom porto se há de chegar ou soçobrar havemos no mar d'incertezas que acomete o vivente. Metáfora aquosa que não promete bom augúrio pois que se gastam as imagens tão asinha que s'agasta também logo o espírito. E, mesmo a ressalva não compondo a coisa, urge passar adiante que, nem de propósito, se dirá que para a frente é que é caminho e alma até Almeida. Embora se diga, por igual, que forma e função, conteúdo e contentor se não devem digladiar mas, ao invés, conjugar-se, queira Deus, em grande harmonia para o mesmo bonançoso fim.
Reflexões, apesar de tudo, não totalmente despiciendas para quem olha a trama duma teia como metáfora do mundo, mas esta tão opaca quanto aquele, tanto mais nos adivinhando míopes ou apenas umbrados por plúrima ingenuidade. Querendo outrossim, e para não fugir à ideia, vislumbrar transparentes caminhos, o fio de prumo com o qual traçar nossas perpendiculares que, como o outro, o de Ariane, tão útil se mostra a quem pretende lograr atingir a saída do labirinto.

sábado, janeiro 07, 2006

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Diga Trinta e Três

Atenção rapaziada: Jesus, de alta progenitura, aos trinta e três foi pregado na cruz.

Primeira Entrada

Do breve e largo amplexo que mantemos com a vida, na peculiar atmosfera que nos sufoca, não s'impede o agitar da pena sobre o papel, gatafunhando.
A índole é, já se viu, melancólica. Temperamento arrediço das coisas sãs, excepto, por alguma ventura, do laborioso entretecer de fonemas que, em não abundando os eczemas verbais, poderiam passar por verve escorreita. Cuidando, ainda, em não escorregar em certa voragem vocabular que entorpecerá, por certo, o incauto leitor que, mui justamente, esperava escrita não tão tediosa.
Ou, sendo o destino um amigo, ousar-se-á esperar alguma alegria da paródia das parónimas?