quinta-feira, março 30, 2006

terça-feira, março 28, 2006

O Salto

Sempre sedento de agarrar o momento, dou um salato e PAF, estatelo-me no chão.

domingo, março 26, 2006

sábado, março 25, 2006

Conselho

Tudo tem a sua ciência e cada um o seu mester. Deus saberá de todos, embora uns se julguem mais próximos do Senhor e outros abandonados do Seu amparo. E, no entanto, diz-se que a vida é breve para tão longa arte. Seja. Os mais sábios de entre os sábios dizem que a todo o lugar a sua coisa e que os desígnios do Altíssimo são insondáveis. Dizemos nós, que deveis procurar a vossa ocupação, que deveis percorrer o caminho dessa demanda.

Será vossa recompensa a certeza de que, encontrando a vossa vocação íntima, também sabereis o lugar que vos foi dado ocupar na infinitamente complexa ordem das coisas.

sexta-feira, março 24, 2006

quinta-feira, março 23, 2006

Na Modorra

Se eu faço sou palhaço, se não faço sou madraço. Se eu corro fic'asmático, se não corro sou fleumático. Se eu olho sou devasso, se não olho sou madraço. Se eu quero sou guloso, se não quero sou preguiçoso. Se t'agarro eu t'amasso, se não toco sou madraço.

E eu, madraço assumido, acho isso divertido. Já qu'estou sempre lixado e pra não ficar cansado deix'a vida passar ao lado.

terça-feira, março 21, 2006

domingo, março 19, 2006

Um Pouco do «Poema do Pouco»

(...)

(Qu'uma alma não se cansa, é só luz e esperança. É pura energia etérea desligada da matéria.)

sábado, março 18, 2006

quinta-feira, março 16, 2006

Alma, Alminha... Tanto Sofres, Coitadinha

Neurose por osmose qu'esta vida é uma necrose, da alma que quer calma, Sol e beleza mas só lhe resta a'spereza da pobreza d'existir, sem rumo nem aprumo, mendigando esmolinhas, que seja plas alminhas que lá estão pois, as que ficam, pra lá irão, na inexorável direcção da última libertação.

quarta-feira, março 15, 2006

terça-feira, março 14, 2006

(s/ título)

Se quero dormir, não durmo.
Se quero viver, não vivo.
Se quero amar, não amo.
Se quero respirar, por vezes,
     não consigo.
Mas, se chamar,
     alguém me responde?

domingo, março 12, 2006

sábado, março 11, 2006

Entrada Desanimada

É uma tristeza sem nobreza. Não alto e puro e forte, mas trágico. Apenas ensimesmado no voraz não-acontecer da cinzenta e baça quotidianeidade do mesmo iterado em si. Muralha de névoa... nem mesmo muralha, tão só, parede de vil caliça, pois que, se muralha fosse, então haveria besta medieva do outro lado, ou algo terrível a ser degolado e conquistado. Assim, sendo o que se é, ultrapassada a barreira, se veria sem espanto nem pavor que a outra banda era mero espelho (deformado, talvez) desta mesma.

sexta-feira, março 10, 2006

quinta-feira, março 09, 2006

Os Tolos

Quem s'importa quem me diz quem me fala desta vida deste ser que se não cumpre mesmo que se tente a sorte se desafie a morte sem nada acontecer nas malhas que o tempo tece num afã sempre a correr e pobre desolado passo a vida amordaçado cabisbaixo sempre calado que a nova pena dos homens já não é o proibir é apenas não ouvir que todos falam e ninguém escuta estão imersos na labuta de soar mais alto e mais forte até rebentar o pulmão que o ego dos c'aqu'estão é toda uma imensidão ficando na solidão de berrarem ao vento cada um o seu lamento?

quarta-feira, março 08, 2006

Drama

Vindicação

Pois pois, gritar pró vazio. Assim, a força do nada que esmaga num silêncio de abandono. Sem rumo e sem dono, aceitando as esmolas da consolação que são três abelhinas trabalhadeiras no esgar de um zangão. Não sei o que digo, nem porque sim, nem porque não. A vitória soará, olá se soará, um zumbido aterrador, pulverizando com o calor de mil sóis. E a fúria dos mansos atroará esses ouvidinhos delicados, que só ouvem a suave voz dos seus umbigos, tão fundos que será necessário o cataclismo para espaventar as sombras. Mas, enfim, não será esse um fim à medida de tão tolas alminhas, coitadinhas, estúpidas como elas só?

segunda-feira, março 06, 2006

domingo, março 05, 2006

Ulisseia

Tanta força, tanto esmero, a rondar o desespero.

Salta, não salto... Só se fosse, um saltinho... que um pedacito d’abismo não iria fazer mal a ninguém... apenas para ver como é... sentir-lhe o gosto, e sair muito antes do desgosto... um saltarico ou nem tanto... um pulinho de pulga, ou menos...

(é claro que não há só um pouco d’abismo. Ou se anda dentro das linhas da razão, da boa, ou talvez não, ou então sobrevem a queda, irreversível e total, uma vertigem sem remição rumo à abissal dissolução).

sábado, março 04, 2006

sexta-feira, março 03, 2006

Intensintenção

Pro-po-si-ta-do, tudo é, pro-po-si-ta-do.

quinta-feira, março 02, 2006

quarta-feira, março 01, 2006

Óbices Musicais

Arredio do quotidiano pragmatismo, da peculiar praxis do dia-a-dia, pois todos os actos, os mais ínfimos actos, têm de constar da precisa coreografia de uma sinfonia em gran polifonia, embora, para grande infortúnio do vivente, um pouco, ou, quiçá um muito, truncada, diria mesmo, de cariz irremediavelmente pós-moderno...